Quadrilhas juninas movimentam a cultura e a comunidade
Por Miguel Ribeiro
As quadrilhas juninas fazem parte da cultura em Nova Iguaçu, do Estado do Rio e do nosso País. As quadrilhas começam nas famílias e nas escolas e se expandem nos bairros em movimentos que fomentam a cultura e a vida da sociedade. Além disso, são elementos da economia, do turismo e do patrimônio imaterial do povo.
Desde cedo, aprendemos que essa reunião social formou uma conexão das cidades com a cultura interiorana e uma espécie de pertencimento brasileiro.
No ano passado, no Podcast da Fenig (disponível no Spotify e outras plataformas), eu tive a oportunidade de conversar com o produtor cultural e pesquisador das quadrilhas juninas, Milton Luiz. Com a valiosa contribuição dele, a Prefeitura de Nova Iguaçu realizou, através da Fundação Educacional e Cultural de Nova Iguaçu, a Fenig, órgão municipal que eu sou presidente, e a Secretaria Municipal de Cultura, a produção de uma série documental sobre as quadrilhas juninas. Os três episódios estão disponíveis nos canais do Youtube da Fenig e da Secretaria Municipal de Cultura (links ao final do texto). Recomendo muito que seja assistida para que todos possam compreender a dimensão das quadrilhas juninas e o resgate cultural de personagens e instituições desse movimento.
Esse acontecimento cultural necessita de uma leitura profunda. Mapear as quadrilhas em atividades e fortalecer o apoio cultural é tarefa que vai muito mais além da atividade festiva tão querida de todos os brasileiros e tão forte na nossa Baixada Fluminense.
É importante reforçar que o movimento junino está vivo e resiste em tempos de pandemia. Só para termos uma ideia da dimensão, em 1993, primeiro ano do Arraial do Rio, o evento catalogou 700 grupos de quadrilhas no Rio e no Grande Rio. Com a colaboração dos representantes de quadrilhas e federações, o portal culturajunina.com.br organizou em 2019, o mapa das quadrilhas em atividade na Baixada Fluminense. Em Nova Iguaçu, 8 estão catalogadas. No entanto, em 2022, apenas uma estava em atividade em junho, a Quadrilha Dragão de Fogo, e outras duas, a Quadrilha Juba do Leão e a Junina Carcará, estas últimas estão fazendo trabalhos este ano. As outras estão se organizando e aguardam o resultado de um edital do governo do Estado para que voltem a atividades efetivas em breve.
As quadrilhas têm uma estrutura semelhante às escolas de samba em alguns aspectos. Na parte técnica, podemos considerar o canto, a dança coreografada, os temas, os adereços, os cenários e os figurinos. No segmento social e cultural, acrescentamos a troca de saberes históricos, a reunião em comunidade, a interação entre jovens e adultos, o desenvolvimento humano. No segmento econômico, as quadrilhas juninas proporcionam uma estrutura de evento que envolve artesanato, gastronomia e entretenimento, gerando renda para famílias e movimentando o desenvolvimento do município.
Essas ações têm que envolver todos os segmentos: as quadrilhas, a comunidade, a iniciativa privada e o poder público. Essa intermediação é crucial para a evolução igualitária de todos. É um espetáculo, mas também fomenta outras atividades culturais. As quadrilhas são meios que expandem a Educação e a Capacitação através de vários saberes e fazeres. Manter esses grupos integrados é uma tarefa que precisamos potencializar e uma ação que temos que abraçar.
Veja os três episódios da série documental “Patrimônio Imaterial Iguaçuano Quadrilhas Juninas”:
Episódio 1
Episódio 2
Episódio 3
Recomendo o site: culturajunina.com.br